sábado, 31 de agosto de 2013

Mais da metade dos brasileiros tem excesso de peso!


Mais da metade da população brasileira sofre com excesso de peso




Pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde, revela que 51% da população brasileira está acima do peso. Em 2006, percentual era de 43%. Homens são maioria, 54%. Nas mulheres, o índice chega a 48%

Dados inéditos do Ministério da Saúde revelam que, pela primeira vez, o percentual de pessoas com excesso de peso supera mais da metade da população brasileira. A pesquisa Vigitel 2012 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) mostra que 51% da população (acima de 18 anos) está acima do peso ideal. Em 2006, o índice era de 43%.Entre os homens, o excesso de peso atinge 54% e entre as mulheres, 48%.

Confira a apresentação da coletiva
O estudo inédito também revela que a obesidade cresceu no país, atingindo o percentual de 17% da população. Em 2006, quando os dados começaram a ser coletados pelo Ministério, o índice era de 11%. O aumento atinge tanto a população masculina quanto a feminina. Na primeira edição da pesquisa, 11% dos homens e 11% das mulheres estavam obesos. Atualmente, 18% das mulheres estão obesas. Entre os homens, a obesidade é de 16%.
O estudo retrata os hábitos da população e é um importante instrumento para desenvolver políticas públicas de saúde e estimular os hábitos saudáveis. Nesta edição, foram entrevistados 45,4 mil pessoas em todas as capitais e no Distrito Federal, entre julho de 2012 a fevereiro de 2013.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que os dados servem de alerta para que toda a sociedade se articule para controlar o aumento da obesidade e do sobrepeso no país. “Os dados reforçam que a hora é agora. Se não tomarmos - o conjunto da sociedade, familiares, trabalho, agentes de governo -, as medidas necessárias, se não agirmos agora, corremos o risco de chegar a patamares de obesidade como os do Chile e dos Estados Unidos. Por isso temos que agir fortemente", disse. 
ALIMENTAÇÃO - Apesar de a obesidade estar relacionada a fatores genéticos, há importante influência significativa do sedentarismo e de padrões alimentares inadequados no aumento dos índices brasileiros. Forte aliado na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, o consumo de frutas e hortaliças está sendo deixado de lado por uma boa parte dos brasileiros.
Apenas 22,7% da população ingerem a porção diária recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de cinco ou mais porções ao dia. Outro indicador que preocupa é o consumo excessivo de gordura saturada: 31,5% da população não dispensam a carne gordurosa e mais da metade (53,8%) consome leite integral regularmente. Os refrigerantes também têm consumidores fieis - 26% dos brasileiros tomam esse tipo de bebida ao menos cinco vezes por semana.
FASES DA VIDA – Se na faixa etária entre 18 e 24 anos, 28% da população está acima do peso ideal, a proporção quase dobra na faixa etária dos 35 anos aos 44 anos, atingindo 55%.  O percentual de obesidade acompanha este crescimento e mais que dobra se comparados os dois períodos: 7% para 19%, respectivamente. Com o passar dos anos, os brasileiros também tendem a diminuir a prática da atividade física: 47% dos jovens com idade entre 18 a 24 anos se exercitam regularmente. E entre 35 a 44 anos, o índice cai para 31%.
O Vigitel 2012 mostra ainda que o envelhecimento da população reflete positivamente na alimentação do brasileiro. Se entre os 18 e 24 anos mais da metade dos homens brasileiros come carne com gordura regularmente (48%), este índice cai para 27% entre aqueles que já passaram dos 65 anos. O fenômeno se repete com o consumo de refrigerante. Entre os jovens com idade entre 18 e 24 anos, 36 % declararam tomar regularmente a bebida. Aos 65 anos, o percentual cai para menos de um terço, ficando em 12%.
Em contrapartida, há aumento de consumo de frutas e hortaliças nas faixas etárias superiores. Entre os 18 e 24 anos, 17% comem cinco porções/dia e 24% cinco porções semanais. Aos 65 anos, os percentuais aumentam para 28% e 46%, respectivamente.
ESCOLARIDADE -O Vigitel 2012 permite ainda conhecer os hábitos dos brasileiros conforme o sexo e a escolaridade. Frutas e hortaliças estão presentes regularmente no cardápio de 45% dos brasileiros que concluíram, no mínimo, 12 anos de estudo. O percentual reduz para 29% entre as pessoas que estudaram até, no máximo, oito anos.
Se levarmos em consideração a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 400 gramas diárias de frutas e hortaliças, as proporções vão para 31% para quem tem 12 anos e mais de escolaridade e 18% para quem não conclui o ensino fundamental ou tem menos de oito anos de escolaridade.
A gordura saturada também é mais comum na mesa das pessoas com menos estudo: 32% comem carne com excesso de gordura e 53% bebem leite integral regularmente.  Já entre a população com maior escolaridade, os percentuais registrados estão abaixo da média nacional, com 27% e 47%, respectivamente.
A pesquisa revela também que 45% da população com mais de 12 anos de estudo praticam algum tipo de atividade física (no horário livre de lazer). O percentual diminui para menos de um quarto da população (21%) para quem estudou até oito anos. Os homens (41%) são mais ativos que as mulheres (26%). A frequência de exercícios físicos no horário de lazer entre mulheres com mais de 12 anos de estudo (37%) é o único indicador da população feminina que figura acima da média nacional (33%).
Para o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, como o Vigitel apontou menores frequências de obesidade e excesso de peso entre pessoas com mais anos de estudo, o crescente aumento da escolaridade dos brasileiros registrado nos últimos anos pode representar uma expectativa positiva em relação ao controle a esses fatores de risco. "De 2000 a 2010, a tendência foi um grande crescimento do nível educacional. É um condicionante importante para a redução da velocidade do crescimento da obesidade e do sobrepeso", disse.
COMBATE À OBESIDADE - A obesidade, o sedentarismo e má alimentação são fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas. Um dos objetivos do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT), lançado em 2011, é deter o crescimento da proporção de adultos brasileiros com excesso de peso ou com obesidade.
Em março, o Ministério da Saúde criou a Linha de Cuidados da Atenção Básica para excesso de peso e outros fatores de risco associados ao sobrepeso e à obesidade até o atendimento em serviços especializados. A Atenção Básica proporciona diferentes tipos de tratamentos e acompanhamentos ao usuário, o que inclui também atendimento psicológico.
A pessoa com sobrepeso (IMC igual ou superior a 25) poderá ser encaminhada a um polo da Academia da Saúde para realização de atividades físicas e a um Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) para receber orientações para uma alimentação saudável e balanceada. Atualmente, 77% dos 2.040 NASFs contam com nutricionistas; 88,6% com psicólogos e 50,4% com professores de educação física. A evolução do tratamento deve ser acompanhada por uma das 39,2 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS), presentes em todos os municípios brasileiros.
O Programa Academia da Saúde é a principal estratégia para induzir o aumento da prática da atividade física na população. Até agora, já foram repassados R$ 175 milhões, de um total de investimento previsto de R$ 390 milhões. A iniciativa prevê a implantação de polos com infraestrutura, equipamentos e profissionais qualificados para a orientação de práticas corporais, atividades físicas e lazer. Atualmente, há mais de 2,8 mil polos habilitados para construção em todo o país e outros 155 projetos pré-existentes que foram adaptados e custeados pelo Ministério da Saúde.
O ministro Padilha destacou a importância doe investir e ampliar o Programa Academia de Saúde para melhorar os hábitos e ampliar a atividade física entre os brasileiros. Por isso, vai discutir com secretários municipais e estaduais de Saúde a ampliação deste programa.
O Ministério da Saúde investe também em ações preventivas para evitar a obesidade em crianças e adolescentes, como o Programa Saúde na Escola (PSE), que este ano está aberto aos municípios e passa a atender creches e pré-escolas. São mais de 50 mil escolas que participam do programa.
Outra medida é a parceria do Ministério com Federação Nacional de Escolas Particulares para distribuição de 18 mil Manuais das Cantinas Escolares Saudáveis como incentivo a lanches menos calóricos e mais nutritivos. O Ministério também mantém acordo com a indústria para redução do teor de sódio entre os alimentos. O acordo voluntário prevê redução gradual de sal em 16 categorias de alimentos habituais na mesa do brasileiro, entre eles, o famoso pão francês.  
AVALIAÇÃO DO PESO IDEAL - O Índice de Massa Corporal (IMC) é uma forma para conhecer o estado nutricional do indivíduo.  Para calculá-lo, basta dividir o peso em quilogramas pelo quadrado altura em metros (IMC = peso / altura x altura). O IMC é apenas um indicativo para descobrir se está no peso ideal. Outros fatores como sexo, idade, condicionamento físico devem ser levados em conta.
Dados de excesso de peso por capital:
Capitais/DF
Total (%)
Masculino (%)
Feminino (%)
Aracaju
51,5
60
44,6
Belém
50,4
57,2
44,6
Belo Horizonte
48,1
52
44,7
Boa Vista
47,5
52,9
42,3
Campo Grande
56,3
61,4
51,6
Cuiabá
51,8
57,7
46,3
Curitiba
51,6
55,5
48,1
Florianópolis
48,6
50,2
47,2
Fortaleza
52,8
56,5
49,6
Goiânia
49,4
52,0
47
João Pessoa
50,9
55,3
47,3
Macapá
51,7
55,0
48,6
Maceió
52,4
56,4
49
Manaus
52
52,6
51,5
Natal
52,2
54,9
50,0
Palmas
45,3
53
38,1
Porto Alegre
54,1
59,9
49,3
Porto Velho
52,4
55,8
48,9
Recife
53,3
54,3
52,4
Rio Branco
53,9
57,8
50,3
Rio de Janeiro
52,4
54,7
50,4
Salvador
47,3
45,8
48,7
São Luís
45,3
52,3
39,5
São Paulo
52,1
56,1
48,6
Teresina
46,4
53,2
40,8
Vitória
48,0
55,2
42
Distrito Federal
46,6
49,3
44,2
Dados de obesidade por capital:
Capitais/DF
Total (%)
Masculino (%)
Feminino (%)
Aracaju
18
19,5
16,8
Belém
16,1
17
15,3
Belo Horizonte
14,5
13,3
15,5
Boa Vista
15,1
14,9
15,3
Campo Grande
21
19,6
22,3
Cuiabá
19,2
19,5
18,9
Curitiba
16,3
16
16,6
Florianópolis
15,7
16,2
15,4
Fortaleza
18,8
18,7
18,8
Goiânia
14
11,8
15,9
João Pessoa
19,9
21,1
18,9
Macapá
17,6
15,7
19,3
Maceió
19,9
18,5
21,1
Manaus
19,6
19,1
20
Natal
21,2
19,9
22,3
Palmas
15,7
15
16,4
Porto Alegre
18,4
17,8
18,9
Porto Velho
18,9
18,3
19,6
Recife
17,7
16,8
18,3
Rio Branco
21,3
18,5
23,9
Rio de Janeiro
19,5
17,1
21,5
Salvador
14,1
9,8
17,7
São Luís
13,2
14,2
12,3
São Paulo
17,8
17,6
18
Teresina
15,0
16,3
13,9
Vitória
15,5
17,0
14,2
Distrito Federal
14,3
13,5
14,9
 IMC
 Classificação
 Abaixo de 18,5
 Baixo peso
 Entre 18,6 e 24,9
 Peso ideal (parabéns)
 Entre 25,0 e 29,9
 Sobrepeso
 Entre 30,0 e 34,9
 Primeiro grau de obesidade
 Entre 35,0 e 39,9
 Segundo grau de obesidade
 Acima de 40
Obesidade grave

Por Daniela Martins e Fabiane Schmidt – Ascom/MS
Atendimento à imprensa - (61) 3315.3580




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